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Eu sou tudo aquilo que se lê em meus textos... Eu sou o avesso desta imagem, eu sou o sonho que não termina, a estrada que vai direto para o infinito. Eu sou conteúdo, jamais o rótulo.

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

O verdadeiro significado do Natal

Será que algum dia entenderemos o verdadeiro sentido do Natal?!
Será que algum dia entenderemos que o Natal é mais do que presentes e abraços?!
Será que algum dia entenderemos que não precisamos arrumar nossa casa para o vizinho, mas o nosso coração para Deus?!
Será que algum dia perceberemos que enquanto luxamos com roupas, presentes, comidas, outras pessoas ceiam em volta de uma fogueira, na rua, comendo os restos de nossas compras, e ainda assim são felizes?!
Será que um dia perceberemos que estamos fazendo um berço de ouro, cravejado de brilhantes, para alguém que nasceu em meio ao nada?!
Quando deixaremos de ser pessoas comuns e passaremos a ser Cristãos?!
Quando, enfim, entenderemos o verdadeiro significado do Natal?!

Quando entenderemos que o importante não são as cores da nossa árvore de Natal, mas sim a transparência de nossa alma? que o importante não é confessar, mas sim se arrepender? que o importante não é ser perdoado, e sim perdoar? (lembrando que perdoar não é 'deixar de lado', é esquecer) Que o importante não é receber, é dar, é se doar?
Porque o Natal é Entrega.

Algumas pessoas desacreditam no Natal porque dizem que seus pedidos não se realizam, porque não acontecem milagres em suas vidas, enfim, por muitos motivos. Mas elas não se dão dão conta de que outros milhares fizeram o mesmo pedido, no mesmo momento, e que não se pode ter tudo quando se quer. Quanto aos milagres, a cada 100 pessoas, Deus providencia 100 milagres (um para cada) quando este merece ou quanto este precisa.
Comer arroz e feijão é um milagre; já que muitos comem jornal com água e farinha. respirar é Milagre! Viver, sentir... Chorar. Ter que acordar cedo todos os dias é um milagre; já que uns estão desempregados e outros 'inválidos'. E ser inválido é um milagre; já que uns morrem cedo, ou no parto, ou então são assassinados no ventre de suas mães.
Queremos respostas imediatas e não damos conta de que o tempo de Deus é diferente do nosso, e sempre vai ser assim.
Tentamos escalar dunas se esquecendo de que uma hora o vento irá reduzi-la a um pequeno monte de areia.
Corremos feito loucos nos trilhos da vida ao invés de esperar o trem passar. E com o desgaste, acabamos nos tornando mais descrentes.
Procuramos a Deus somente quando a bomba atômica de nossos problemas foi acionada, e ainda brigamos com ele quando ela não é desativada o mais rápido possível.
Corremos muito. Mais do que deveríamos. Corremos e não olhamos para os lados. Corremos em direção ao nada sem ver que a nossa estação já passou há tempo.
Adiantamos nossos relógios e com isso perdemos alguns minutos de pedidos e milagres realizados.
Tudo isso por que não sabemos que o Natal é Espera.

O mais doloroso significado do Natal é a Renuncia. Renunciar a sonhos, a amigos, família, a si.
Toda escolha é uma renuncia, mesmo quando ainda podemos ter todas as opções. Um exemplo: se estamos em dúvida entre uma camisa azul ou preta e decidimos colocar uma que tem as duas cores, renunciaremos ao azul em toda a parte preta.
Assim acontecem com os sonhos. Para que eles se realizem, por menor que sejam, temos que renunciar a algo, ou alguém. Por mais que isso doa, por mais que seja em vão.
Muitos de nós fizemos nossas escolhas. Trocamos de cidade, amigos, profissão, casa ou qualquer outra coisa. Deixamos algo nosso em algum lugar do passado sem nem mesmo pensar se um dia o teremos de volta. Tudo para sermos o que somos, ou para nos tornarmos algo no futuro.
Só que independente do motivo, tudo isso nos torna mais humanos para o Natal.
Renunciamos a amigos quando decidimos fazer novos.
Renunciamos a família quando casamos e decidimos construir a nossa família.
Renunciamos a sonhos, somente, quando fazemos escolhas erradas. Quando não temos noção da dimensão das coisas, das nossas escolhas, quando não sabemos o que é bom para nós.
E, por fim, renunciamos a nós, quando decidimos ser amigos, quando damos nossa vida para que outras pessoas a conduza a Deus. Quando decidimos ser pais ou nos tornamos avós; quando decidimos ser médicos ou padres; quando decidimos ser só.

Maria se entregou ao Espírito Santos. José e Maria esperaram a vinda do Menino Jesus. José Renunciou a sua dignidade para servir a Deus. E só depois eles foram entender que o Natal é mais do que entrega, Espera e Renuncia. No estábulo eles entenderam o verdadeiro sentido do Natal: a Salvação do Mundo.

Enquanto escrevia eu chorei muito. Pelas minhas renuncias, pelo tempo de espera, pela parte de mim que entreguei a Deus e que pensei em pegar de volta.
Chorei ao perceber o quanto sou pequeno diante das coisas que ele criou.
Percebi quantos amigos deixei no caminho e quantos me deixaram. Percebi que haviam menos estrelas no céu e vi que eu tinha menos sonhos do que ontem. Percebi que meus amigos fizeram suas renúncias e que não me movi.
Quando as lágrimas secaram, lavaram os olhos e a alma, e pude ver melhor percebi que meus amigos não me deixaram, apenas retiraram de seus corpos braços e pernas para colocar no lugar de minhas pernas cansadas e meus braços fracos. Que as estrelas que se apagaram foram sonhos realizados. E que milagres acontecem sim! Só que precisamos estar com a alma limpa para ver.

Esta noite eu estava reunido com alguns amigos. Amigos de ontem, de hoje, amigos que ficarão para sempre. Contamos nossas lembranças. As boas e as ruins! Contamos coisas da alma. Mas mais do que isso: fomos felizes outra vez. Felizes!
E ao chegar em casa eu entendi o verdadeiro significado do Natal: Entrega, Espera, Renuncia, a Salvação do Mundo.

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