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Eu sou tudo aquilo que se lê em meus textos... Eu sou o avesso desta imagem, eu sou o sonho que não termina, a estrada que vai direto para o infinito. Eu sou conteúdo, jamais o rótulo.

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

O que ficou para trás

Quando terminamos a contagem regressiva e o ano termina, será que, ao menos, por um milésimo de segundo paramos para pensar no que ficou para trás? Quando terminamos a contagem regressiva e o ano termina, será que nos lembramos de agradecer a Deus somente por termos contado até zero? Quando terminamos a contagem regressiva e o ano termina, será que nos lembramos de limpar nossos corações das magoas passadas?

Agora que terminamos a contagem regressiva e o ano terminou, será que ainda nos lembraremos das pessoas que nos ajudaram a seguir em frente, a ser melhores do que fomos ontem? Quando as lágrimas terminarem de cair e os abraços de serem dados, choraremos e abraçaremos agora por outros motivos.

Enquanto os fogos enfeitavam o céu e pessoas se emocionavam com a beleza deles, eu olhava para eles e me emocionava pelo excelente ano que tive. Fiz amigos, refiz outros, construí laços eternos de amizade. Percebi que poderia ter feito muito mais do que fiz. E os beijos e abraços não dados, as desculpas não pedidas ou cedidos, não mais poderão ser. Percebi que deixei tanta coisa passar e agora não consigo mais vê-las por perto. Quando os fogos acabaram e o silêncio reinou, percebi que tudo o que não fiz no ano passado não conseguiria fazer mais. Percebi que apesar do excelente ano que tive fui fraco. Larguei sonhos e pessoas e coisas que ficarão, por minha causa, incompletas no tempo. Percebi que as estrelas brilhavam diferente, assim como as pessoas.

No mesmo compasso em que o vento surrava meu rosto, os pedaços podres de mim iam se desfazendo em algo invisível para dar lugar a uma nova pessoa. Pois é preciso renovar para crescer. É preciso mudar para crescer. É preciso reconhecer que podemos ser muito mais do que matéria para crescer. E eu escolhi crescer.
Eu cresci, aprendi, chorei, confidenciei... Fiz planos e realizei a maior parte deles. Com muita dor lembro-me dos que não consegui carregar...

Certa vez alguém me disse para “não deixar para depois o que poderia fazer hoje”. Agora entendo o que ela queria dizer e me arrependo de não ter seguido o conselho a tempo. Pessoas entraram e saíram da minha vida de repente e quando me dei conta, percebi que talvez não tenha sido o amigo ‘quase perfeito’ que pensei ser. Pensamos que as coisas duram para sempre e por isso não damos importância aos minúsculos momentos. Se soubéssemos quando o fim está próximo nos prepararíamos. Mas o que fazer quando não sabemos? Quando não esperamos? Quando não sentimos?

Aconselho a todos vocês a não negarem abraços ou palavras de carinho. A não negar consolo ou sorriso. Faça alguém ser imortal na sua vida, deixe para os outros a missão de fazer o mesmo com você. Aprenda a abrir mão pelos seus amigos. Entenda que o limite dos outros vai muito além do que imaginamos. Não deixe de telefonar ou dar sinal de vida. Chore na frente de seus amigos e permita que eles chorem na sua. Não dê as costas para ninguém, por mais insignificante que essa pessoa seja na sua vida; perdemos grandes amizades sem necessidade. Diga eu te amo a quem quer que seja. Não deixe que o cansaço afaste vocês de seus amigos. Momentos passam, eles não andam em círculos. Siga seus sonhos de olhos abertos, feche-os somente quando for agradecer a Deus por tê-los realizado. Siga sempre o coração de seus amigos. Viva intensamente, viva cada momento não como se fosse o último, mas como se fosse a sua última oportunidade de fazê-lo direito. Sem magoar ou ferir. Cicatrize suas feridas e a dos que lhe são caros. Aconselho também a serem felizes independente de quem esteja ao seu lado. Dance na chuva, vá à praia de noite, leiam “O Pequeno Príncipe”, veja um filme triste e depois um alegre, veja o pôr-do-sol, chore por alguém que não conheça. Faça planos, mas não escolha os caminhos. A vida lhe apontará o caminho correto a ser seguido. Seja sempre você, aprenda que as pessoas têm que nos amar pelo que somos de fato e não pelo que podemos ser quando estamos com elas. Brigue pelo que acha certo.

O ano novo chega e com ele toda incerteza do caminho. Seguiremos agora por novos lugares. Conheceremos e amaremos novas pessoas. Destruiremos sonhos e reergueremos outros. Mas não podemos nunca nos esquecer das pessoas. Pessoas são maiores do que sonhos. Pessoas são sonhos visíveis.

Muita coisa mudará este ano. Nós mudaremos, as pessoas mudarão. Coisas e pessoas não estarão mais ao nosso lado como em outrora estiveram. Precisaremos ser fortes para suportar a ausência, a perda, o fracasso. Precisaremos ser fortes para viver sem os abraços e sem as broncas. Precisaremos ser fortes para ver que o lugar das pessoas continuará marcado, mas elas não estarão mais ali. Precisaremos ser fortes para sentirmos saudades e não chorar de dor. Precisaremos dar continuidade a nossa vida sem pessoas. Isso irá doer. Doer muito. Mas nas escolhas que fazemos os caminhos são alterados também. Precisaremos ser fortes para suportar a ausência da quarentena. Precisaremos preencher espaços com algo que encontraremos pelo caminho. Precisamos chorar na despedida e aguardar a chegada. Precisamos entender que embora pessoas sejam maiores do que sonhos, os sonhos precisam se tornar realidade. Aqui ou em outro estado. Por nós e pelos que nos amam. Precisamos entender que quando alguém se vai não será o fim, mas apenas o começo.

Este ano será um ano a mais, não será somente mais um ano. Ao acordarmos, daremos continuidade aos nossos projetos de vida. No novo ano, lembraremos do que fomos no ano passado e veremos o quanto mudamos, o quanto crescemos e o quanto ainda podemos crescer! Seremos mais uma vez muito mais do que queríamos, pois é isso que todos querem para as nossas vidas! Amaremos mais e aprenderemos a lidar com mais responsabilidade e sensatez as barreiras da vida. Seremos transportados a um lugar onde os nossos sentimentos poderão ser compreendidos ou ao menos respeitados. Passaremos a viver no coração das pessoas que farão parte da nossa vida neste ano. Lá sim, poderemos sonhar e ser tudo aquilo que queremos. Falar o que queremos falar e sermos ouvidos. Sonhar o que queríamos sonhar e saber que alguém sempre estará lá para dizer: “Você pode ser mais do que isso”. É nesse lugar que eu quero estar. No seu coração. Neste ano, me leve sempre com você dentro dele. Lá estarei seguro. É lá que Deus se encontra. É lá o lugar que preciso estar para que todos os meus projetos se tornem realidade. No seu coração.

Neste ano não deixem que o vento carregue suas lembranças como se fossem poeira da rua. Guarde-as com muito cuidado, com preciosidade. Guarde-as como quem guarda uma vida. Coloque-as numa redoma de vidro e as admire como um quadro de Da Vinci. E nunca se esqueçam: momentos não voltam. Pessoas passarão. Até os sonhos passarão! Mas as lembranças, os amigos, a família esses ficaram para sempre, e só irão totalmente embora se permitirmos. Não permitam! Eu estarei sempre aqui. Quando precisar ou somente para saber se de fato estou. Caso não me veja feche os olhos, veja as fotos, ouça a música. Olhe para o céu, eu serei a lua e o sol, nós seremos as estrelas e sempre estaremos aqui. E nunca se esqueça de que eu ficarei aqui, sempre aqui, esperando para não lhe deixar só.

E os últimos três conselhos que dou a vocês: Não deixem que o tempo estrague tudo! Não deixem que os outros estraguem tudo! Não estraguem tudo!

O verdadeiro significado do Natal

Será que algum dia entenderemos o verdadeiro sentido do Natal?!
Será que algum dia entenderemos que o Natal é mais do que presentes e abraços?!
Será que algum dia entenderemos que não precisamos arrumar nossa casa para o vizinho, mas o nosso coração para Deus?!
Será que algum dia perceberemos que enquanto luxamos com roupas, presentes, comidas, outras pessoas ceiam em volta de uma fogueira, na rua, comendo os restos de nossas compras, e ainda assim são felizes?!
Será que um dia perceberemos que estamos fazendo um berço de ouro, cravejado de brilhantes, para alguém que nasceu em meio ao nada?!
Quando deixaremos de ser pessoas comuns e passaremos a ser Cristãos?!
Quando, enfim, entenderemos o verdadeiro significado do Natal?!

Quando entenderemos que o importante não são as cores da nossa árvore de Natal, mas sim a transparência de nossa alma? que o importante não é confessar, mas sim se arrepender? que o importante não é ser perdoado, e sim perdoar? (lembrando que perdoar não é 'deixar de lado', é esquecer) Que o importante não é receber, é dar, é se doar?
Porque o Natal é Entrega.

Algumas pessoas desacreditam no Natal porque dizem que seus pedidos não se realizam, porque não acontecem milagres em suas vidas, enfim, por muitos motivos. Mas elas não se dão dão conta de que outros milhares fizeram o mesmo pedido, no mesmo momento, e que não se pode ter tudo quando se quer. Quanto aos milagres, a cada 100 pessoas, Deus providencia 100 milagres (um para cada) quando este merece ou quanto este precisa.
Comer arroz e feijão é um milagre; já que muitos comem jornal com água e farinha. respirar é Milagre! Viver, sentir... Chorar. Ter que acordar cedo todos os dias é um milagre; já que uns estão desempregados e outros 'inválidos'. E ser inválido é um milagre; já que uns morrem cedo, ou no parto, ou então são assassinados no ventre de suas mães.
Queremos respostas imediatas e não damos conta de que o tempo de Deus é diferente do nosso, e sempre vai ser assim.
Tentamos escalar dunas se esquecendo de que uma hora o vento irá reduzi-la a um pequeno monte de areia.
Corremos feito loucos nos trilhos da vida ao invés de esperar o trem passar. E com o desgaste, acabamos nos tornando mais descrentes.
Procuramos a Deus somente quando a bomba atômica de nossos problemas foi acionada, e ainda brigamos com ele quando ela não é desativada o mais rápido possível.
Corremos muito. Mais do que deveríamos. Corremos e não olhamos para os lados. Corremos em direção ao nada sem ver que a nossa estação já passou há tempo.
Adiantamos nossos relógios e com isso perdemos alguns minutos de pedidos e milagres realizados.
Tudo isso por que não sabemos que o Natal é Espera.

O mais doloroso significado do Natal é a Renuncia. Renunciar a sonhos, a amigos, família, a si.
Toda escolha é uma renuncia, mesmo quando ainda podemos ter todas as opções. Um exemplo: se estamos em dúvida entre uma camisa azul ou preta e decidimos colocar uma que tem as duas cores, renunciaremos ao azul em toda a parte preta.
Assim acontecem com os sonhos. Para que eles se realizem, por menor que sejam, temos que renunciar a algo, ou alguém. Por mais que isso doa, por mais que seja em vão.
Muitos de nós fizemos nossas escolhas. Trocamos de cidade, amigos, profissão, casa ou qualquer outra coisa. Deixamos algo nosso em algum lugar do passado sem nem mesmo pensar se um dia o teremos de volta. Tudo para sermos o que somos, ou para nos tornarmos algo no futuro.
Só que independente do motivo, tudo isso nos torna mais humanos para o Natal.
Renunciamos a amigos quando decidimos fazer novos.
Renunciamos a família quando casamos e decidimos construir a nossa família.
Renunciamos a sonhos, somente, quando fazemos escolhas erradas. Quando não temos noção da dimensão das coisas, das nossas escolhas, quando não sabemos o que é bom para nós.
E, por fim, renunciamos a nós, quando decidimos ser amigos, quando damos nossa vida para que outras pessoas a conduza a Deus. Quando decidimos ser pais ou nos tornamos avós; quando decidimos ser médicos ou padres; quando decidimos ser só.

Maria se entregou ao Espírito Santos. José e Maria esperaram a vinda do Menino Jesus. José Renunciou a sua dignidade para servir a Deus. E só depois eles foram entender que o Natal é mais do que entrega, Espera e Renuncia. No estábulo eles entenderam o verdadeiro sentido do Natal: a Salvação do Mundo.

Enquanto escrevia eu chorei muito. Pelas minhas renuncias, pelo tempo de espera, pela parte de mim que entreguei a Deus e que pensei em pegar de volta.
Chorei ao perceber o quanto sou pequeno diante das coisas que ele criou.
Percebi quantos amigos deixei no caminho e quantos me deixaram. Percebi que haviam menos estrelas no céu e vi que eu tinha menos sonhos do que ontem. Percebi que meus amigos fizeram suas renúncias e que não me movi.
Quando as lágrimas secaram, lavaram os olhos e a alma, e pude ver melhor percebi que meus amigos não me deixaram, apenas retiraram de seus corpos braços e pernas para colocar no lugar de minhas pernas cansadas e meus braços fracos. Que as estrelas que se apagaram foram sonhos realizados. E que milagres acontecem sim! Só que precisamos estar com a alma limpa para ver.

Esta noite eu estava reunido com alguns amigos. Amigos de ontem, de hoje, amigos que ficarão para sempre. Contamos nossas lembranças. As boas e as ruins! Contamos coisas da alma. Mas mais do que isso: fomos felizes outra vez. Felizes!
E ao chegar em casa eu entendi o verdadeiro significado do Natal: Entrega, Espera, Renuncia, a Salvação do Mundo.

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Do fundo do coração... Adeus

Não sei ao certo, mas acho que esta carta (que tinha tudo para ser uma carta de amor) se tornou uma carta de despedida; não a de corpos! Mas a de sentimentos... Tudo começou tão de repente, quando me dei conta já estávamos mais além do que pensava e queria estar. Foi tudo tão... Tão... (fiquei sem palavras) Confuso! Acho que seria isso. Imaginava uma coisa e aconteceu outra totalmente mais intensa e profunda do que a outra coisa que eu queria. O que era para durar um dia, durou um mês. Não sei se foi covardia de dar um ponto final antes de ter escrito o primeiro parágrafo ou a primeira letra de mais um capítulo no livro da minha vida; ou tentar fazer você superar tudo o que viveu anteriormente; ou pela pressão que foi colocada pelos outros; ou.. Ou... (desculpas... Mais uma vez fiquei sem palavras) Ou simplesmente para não ficar sozinho.

Mas aconteceu e não há como voltar atrás ou há um motivo para se arrepender. Se ter começado tiver sido um erro, levarei este erro por toda a minha vida, como aprendizado ou seja lá o que for. Mas ter começado também pode ter sido um acerto, - ora! Se foi um acerto por que terminou? - A resposta é simples: talvez tenhamos encontrado a pessoa certa, mas só que num momento errado. Talvez ambos os corações não estivessem plenamente abertos a um novo "coração", talvez o problema estivesse no fato de termos colocado a carroça na frente do boi, sei lá, primeiro o relacionamento, depois a amizade. Não sabíamos muito um do outro (limites e coisas do tipo), não estávamos ouvindo o coração do jeito certo; não estávamos sendo amigos a cima de tudo! E acho que o problema estava aí. Fomos descobrindo com o tempo o que éramos para ter descoberto antes. E eu fui sentindo com o tempo que o rumo que eu dei à minha vida não foi bem o que eu queria.

Às vezes, queria estar lá, mas estava aí; ou estava aí, mas queria estar lá. Isso me confundia (confunde!). E com o tempo o sentimento foi surgindo e quando me dei conta eu já estava com um espaço no seu coração, mas o espaço que guardei continuava vazio, vazio... E só ia se preenchendo o espaço da amizade, e foi aí que percebi o erro que estava cometendo. Estava brincando com uma coisa que não me pertencia, estava brincando, mesmo sem querer, com os sentimentos de outra pessoa; que já sofreu demais e não merece sofrer tudo de novo sem necessidade!

Me veio agora um 'flash' (daqueles que achamos que só acontecem nos filmes) do momento em que você disse que não queria sofrer, que já tinha sofrido demais, e outras coisas; e me lembro que eu ouvi tudo o que você disse. Mas eu não disse. Eu me calei. Eu fingi que tudo o que você pensava que eu queria, era o que você queria que eu quisesse. Quando na verdade, o que eu queria estava longe de ser o que você queria que fosse, e eu me calei... Concordei com tudo, sabendo que não era para passar do dia 02/12, não era para nos vermos no dia 3/12 e ficarmos novamente e chegar no dia 4/12, depois o seguinte, e depois o seguinte do seguinte, e depois o dia seguinte ao dia que já foi seguinte e chegar a um mês. Não era para ser assim! Embora o meu coração estivesse o tempo todo aberto para que uma nova pessoa o ocupasse, eu não estava disposto a um relacionamento, mas decidi, sei lá, "ver se era isso que eu queria". E acho que se eu pudesse voltar no tempo e mudar tudo, voltaria e mudaria, para evitar o que estamos passando hoje; evitar a situação que eu (em partes), conscientemente, nos coloquei.

Desculpa por tudo! Por te fazer acreditar em um sentimento, em um relacionamento, em um futuro, em minhas ideias, em uma dupla de sentimentos. Desculpa por te fazer acreditar em mim.

Mas tem certas coisas que não podemos fazer nada para impedir. E outras que a melhor solução é o fim, para que os sentimentos sejam simplesmente apagados (dando assim a oportunidade de surgir um novo) e não destruídos (eliminando qualquer outro surgimento).
E para mim, a melhor saída foi o fim. Para que o machucado seja menor e a ferida que ficar, seja ao menos suportável.

Não sei, acho que era só isso que eu queria que você soubesse... Mas se não for que diferença faz? Já acabou! (fiquei um tempo em silêncio) Mas às vezes eu acho que não... Não que eu sinta algo por você ou ache que você ainda sinta por mim. Mas é que alguma coisa ficou oculta, mal explicada talvez. Só que eu não sei o que é...

******* ********* Esta carta foi escrita em 05/01/2007, para uma menina que eu estava tendo um 'relacionamento sério'. Até hoje, ela nunca soube da existência desta carta e eu também nunca comentei. No último parágrafo eu escrevi: "Já acabou! Mas às vezes eu acho que não..." Pois é, tinha razão! No dia 30/12/2007, voltamos e ficamos namorando uns quatro meses.
Acho que agora sim posso dizer: "Não sei, acho que era só isso que eu queria que você soubesse... Mas se não for que diferença faz? Já acabou! E agora é para sempre..."

domingo, 12 de setembro de 2010

Do fundo do coração... Adeus

Não sei ao certo, mas acho que esta carta (que tinha tudo para ser uma carta de amor) se tornou uma carta de despedida; não a de corpos! Mas a de sentimentos... Tudo começou tão de repente, quando me dei conta já estávamos mais além do que pensava e queria estar. Foi tudo tão... Tão... (fiquei sem palavras) Confuso! Acho que seria isso. Imaginava uma coisa e aconteceu outra totalmente mais intensa e profunda do que a outra coisa que eu queria. O que era para durar um dia, durou um mês. Não sei se foi covardia de dar um ponto final antes de ter escrito o primeiro parágrafo ou a primeira letra de mais um capítulo no livro da minha vida; ou tentar fazer você superar tudo o que viveu anteriormente; ou pela pressão que foi colocada pelos outros; ou.. Ou... (desculpas... Mais uma vez fiquei sem palavras) Ou simplesmente para não ficar sozinho.

Mas aconteceu e não há como voltar atrás ou há um motivo para se arrepender. Se ter começado tiver sido um erro, levarei este erro por toda a minha vida, como aprendizado ou seja lá o que for. Mas ter começado também pode ter sido um acerto, - ora! Se foi um acerto por que terminou? - A resposta é simples: talvez tenhamos encontrado a pessoa certa, mas só que num momento errado. Talvez ambos os corações não estivessem plenamente abertos a um novo "coração", talvez o problema estivesse no fato de termos colocado a carroça na frente do boi, sei lá, primeiro o relacionamento, depois a amizade. Não sabíamos muito um do outro (limites e coisas do tipo), não estávamos ouvindo o coração do jeito certo; não estávamos sendo amigos a cima de tudo! E acho que o problema estava aí. Fomos descobrindo com o tempo o que éramos para ter descoberto antes. E eu fui sentindo com o tempo que o rumo que eu dei à minha vida não foi bem o que eu queria.

Às vezes, queria estar lá, mas estava aí; ou estava aí, mas queria estar lá. Isso me confundia (confunde!). E com o tempo o sentimento foi surgindo e quando me dei conta eu já estava com um espaço no seu coração, mas o espaço que guardei continuava vazio, vazio... E só ia se preenchendo o espaço da amizade, e foi aí que percebi o erro que estava cometendo. Estava brincando com uma coisa que não me pertencia, estava brincando, mesmo sem querer, com os sentimentos de outra pessoa; que já sofreu demais e não merece sofrer tudo de novo sem necessidade!

Me veio agora um 'flash' (daqueles que achamos que só acontecem nos filmes) do momento em que você disse que não queria sofrer, que já tinha sofrido demais, e outras coisas; e me lembro que eu ouvi tudo o que você disse. Mas eu não disse. Eu me calei. Eu fingi que tudo o que você pensava que eu queria, era o que você queria que eu quisesse. Quando na verdade, o que eu queria estava longe de ser o que você queria que fosse, e eu me calei... Concordei com tudo, sabendo que não era para passar do dia 02/12, não era para nos vermos no dia 3/12 e ficarmos novamente e chegar no dia 4/12, depois o seguinte, e depois o seguinte do seguinte, e depois o dia seguinte ao dia que já foi seguinte e chegar a um mês. Não era para ser assim! Embora o meu coração estivesse o tempo todo aberto para que uma nova pessoa o ocupasse, eu não estava disposto a um relacionamento, mas decidi, sei lá, "ver se era isso que eu queria". E acho que se eu pudesse voltar no tempo e mudar tudo, voltaria e mudaria, para evitar o que estamos passando hoje; evitar a situação que eu (em partes), conscientemente, nos coloquei.

Desculpa por tudo! Por te fazer acreditar em um sentimento, em um relacionamento, em um futuro, em minhas ideias, em uma dupla de sentimentos. Desculpa por te fazer acreditar em mim.

Mas tem certas coisas que não podemos fazer nada para impedir. E outras que a melhor solução é o fim, para que os sentimentos sejam simplesmente apagados (dando assim a oportunidade de surgir um novo) e não destruídos (eliminando qualquer outro surgimento).
E para mim, a melhor saída foi o fim. Para que o machucado seja menor e a ferida que ficar, seja ao menos suportável.

Não sei, acho que era só isso que eu queria que você soubesse... Mas se não for que diferença faz? Já acabou! (fiquei um tempo em silêncio) Mas às vezes eu acho que não... Não que eu sinta algo por você ou ache que você ainda sinta por mim. Mas é que alguma coisa ficou oculta, mal explicada talvez. Só que eu não sei o que é...

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Eu não vi Deus

Estive pensando sobre as coisas da vida.

Estava vendo fotos e vídeos de pessoas (como nós).
Estava vendo dor e sofrimento.
Não gostei de nada do que vi.
Ouvi uma música triste que fazia transpassar o coração
com o grito que muitos querem dar e não podem.

Vi o céu azul e me perguntei se todos o vêem assim.

Vi as nuvens brancas
e por um instante desejei que fossem algodão doce
e que as crianças pudessem comê-las sem fim.

Enquanto o vento surrava meu rosto
pensava nas crianças que não poderiam (como eu) fechar a janela,
já que nem casas tinham.

Enquanto ouvia a música e via as fotos
percebi que não faço nada para mudar as coisas tristes do mundo.

Percebi que quando fico com medo ou triste
corro a procura de algo que escreva
e desabafo coisas (que às vezes) não fazem sentido algum.
Percebi que me escondo através de palavras escritas,
e faço disso meu escudo.
Já possuo um castelo dessas folhas
e se você parar diante dele e ler os rabiscos no muro
saberá toda a minha vida.

Voltando as fotos vi rostos vazios,
vi olhares vazios de alegria;
preenchidos de fome,
de pedidos de socorro,
de choros contidos.
Vi mães cuidando de ossos revestidos de carne.
Vi sonhos sendo abortados antes mesmo de saberem da sua existência.
Eu vi a mão amiga.
Eu vi a fome ante meus olhos.
Eu vi desprezo, descaso, (talvez (o nosso)) fracasso.
Eu vi quem não tinha nada dar tudo.
Eu vi uma mulher chorando e preferi não imaginar o por que.
Eu vi a injustiça da vida.
Eu vi a injustiça dos homens.
Eu vi sangue, eu vi morte.
Eu vi minhas mãos molhadas de lágrimas.

Eu não vi comida.
Eu não vi sonhos.
Eu não vi graça.
Eu não vi futuro.
Eu não vi compaixão.
Eu não vi vida.

Eu não vi Deus.

terça-feira, 3 de agosto de 2010

Não me deixe sozinho

Olhe para mim
Olhe bem dentro dos meus olhos
Olhe no que você me transformou.

Não sinto mais medo da vida
Só tenho medo de perder o seu amor...

Aqui é o seu lugar
Aqui é onde você merece estar
Aqui é onde você será realmente amada
Aqui e somente aqui.

Por favor, não vá...
Eu preciso de você aqui!
As asas que você me deu
Ainda não são grandes o bastante
Para eu continuar sozinho
Por favor, fique mais um pouco
Só mais um pouco...

Mas se não puder esperar
O sol nascer novamente...
Deixe-me dormir primeiro,
Quero que a sua última imagem
Na minha vida seja perfeita.
Eu não quero ter como última lembrança
Uma despedida.

Por favor, eu lhe peço
Não me deixe sozinho!
Eu preciso de você aqui!
Espere ao menos o sol nascer
Deixe-me pela última vez ser o seu homem!
Fique, é tudo que eu lhe peço
Não me deixe sozinho...
Eu ainda não aprendi a viver na solidão

Mas se tiver que ir agora
Saia por esta porta
E nunca mais olhe para trás
Nunca mais
Olhe para trás

Não me faça implorar mais
Preciso de você aqui!
Não me deixe sozinho
Não me deixe sozinho
Eu preciso do teu ar
Para poder, enfim, viver
Não me deixe sozinho aqui
Isto tudo é real demais
Para se viver sozinho...
Não, por favor não
É a última vez que lhe peço...
Não me deixe sozinho

Espere,
Pegue todas as suas coisas
E suma para sempre.
Nunca mais me olhe novamente
Vá e me deixe dormir na solidão
Bata a porta,
E então saberei que realmente
Terei de começar uma outra vida...

E nunca se esqueça
Eu ficarei aqui, sempre aqui
Esperando você não me deixar sozinho...

Mas agora, vá!
E feche a porta quando sair,
Para sempre

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

GrItOs

Gritei por socorro.
Gritei por liberdade.
Gritei por dor.
Gritei por ouvir os outros gritos e gemidos.
Gritei simplesmente para continuar vivendo.
Gritei em vão.

Socos, chutes, tochas se acendendo,
mais socos e chutes.
Novos gritos,
dessa vez maiores que os outros.
Gritos de todas as partes,
de todos os lugares,
de todas as bocas.
Que no final resultavam em único som:
“Deixe-me viver”.

Dor, sofrimento e solidão.
Somente isso se sentia naquele momento.
Mais nada,
qualquer outro sentimento era pura ilusão
ou era sentido por aqueles que
não tinham sentimento algum.

Anos construindo uma vida.
E de repente ela se acaba.
A troco de quê?
Por causa de quem?
Também não sei!
Ninguém sabe.
Talvez nem eles mesmos.

Ouve-se somente o barulho
de pessoas tentando engolir o som da dor.

Mais e mais gritos.
Choros e gemidos.
E de repente quando menos se esperava...
Ouve-se no fundo o som de um último suspiro.
E um silêncio absoluto reina na sala.
Até que alguém já com a voz fraca de tanto gritar,
toma coragem,
reúne todas as suas forças
e solta seu grito:
“Deixe-me viver seus infelizes”...
Foi o seu último.

Socos, chutes e agora tiros.
Tochas percorreram o céu
e fizeram daquele ser uma tocha viva,
uma luz que corria de um lado ao outro
numa tentativa de apagar o fogo silenciosamente.
Já que voz não tinha.
E depois de um tempo,
suas cinzas se misturam ao sangue,
e todos os seus sonhos
o deixaram só naquele momento.