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Eu sou tudo aquilo que se lê em meus textos... Eu sou o avesso desta imagem, eu sou o sonho que não termina, a estrada que vai direto para o infinito. Eu sou conteúdo, jamais o rótulo.

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

simplesmente perdi.

(Eu sou um poeta triste que escreve para mascarar a sua dor.
Vivo sozinho em minha mente.
E choro a espera de alguém para me fazer feliz.

Da janela do meu quarto eu sinto o cheiro do capim molhado de chuva.
As gotas da chuva molham meu rosto e pingam formando um 'borrão no papel'.)

Perdi as palavras escritas,
os sonhos abortados,
os gritos garranchados,
as declarações rasuradas,
o desabafo não falado.

Perdi sentimentos, frases, poemas, gente, lembranças.
Perdi momentos.
Perdi uma vida.
Perdi a juventude.

Perdi o gosto doce do amargo.
Perdi a luz da noite.
Perdi o som do silêncio.
Perdi o movimento da fotografia.

Perdi a palma no final.
Perdi o último ato, a última fala.

Perdi o último abraço; o último adeus; o último Deus.

Perdi a última certeza que há antes da dúvida.

Perdi muitas coisas.
Perdi o nascer da morte e o morrer da vida.
Perdi o limo nascer na pedra.
Perdi a água nascer no céu.

Perdi o vento surrar as pernas da moça.

Perdi o pôr-do-sol.
Perdi a lua cheia.
Perdi muitas coisas.
Perdi momentos.

Perdi coisas e momentos.

Perdi sonhos.
Perdi vidas.
Perdi gente.
Perdi muitas coisas.

Perdi, simplesmente perdi.

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